Bate Bola
Como guiei minha vida a partir da gastronomia (por Diego Gimenez)
Publicado em 27.08.2021
Diego Gimenez, 33 anos
Nascido e criado na Vila Madalena, São Paulo capital
“A gastronomia sempre foi presente na minha vida, mas nunca imaginei que um dia pudesse ser algo profissional e que transformaria minha vida por completo”.
Criado em mesas fartas com almoços de família aos domingos, uma avó e uma mãe cozinheiras de mão cheia.
“Meu primeiro contato com emprego com carteira profissional foi aos 15 anos. Sempre achei que para ter minhas coisas, elas deveriam ser conquistadas por mim mesmo. Me formei com 17 anos no ensino médio e logo entrei na faculdade. Tentei por duas vezes fazer publicidade e propaganda, sempre tive um lado criativo aguçado. Sempre gostei de desenhar e criar coisas, pensei que ali na publicidade me encontraria. Mas não! Certo dia em uma das tentativas de fazer criação publicitária, este curso não formou turma, então a diretora da unidade me convidou para escolher qualquer outro curso e que pagaria a mesma mensalidade, pois a culpa de não formar turma foi deles e não minha! Meu irmão mais novo (Daniel) estava comigo neste dia, e foi ele que disse: – Por que você não faz gastronomia? Você adora cozinhar!
Então foi assim, cai de paraquedas neste mundo. O curso sempre foi muito caro e algo que não imaginava conseguir fazer. Desde então fui picado pelo mosquito chamado Paul Bocuse e também chef Carême e não larguei mais.
Já que decidi fazer gastronomia, a primeira coisa que eu fiz foi arrumar um emprego na área. Consegui em um restaurante de um amigo árabe e ali, no ano 2006/2007, eu vivi os maiores desafios de encarar a realidade do mundo dos cozinheiros, com muitos cortes, queimadas, berros, cobranças e etc... Tentei desistir uma vez, mas busquei sempre inspirações para dar o meu melhor. Em menos de 2 anos virei o cozinheiro líder deste restaurante.
Passei por algumas outras casas como chef. Passei pelo Novotel como subchefe executivo, uma das minhas grandes escolas. Aprendi a trabalhar com volume, fluxo de estoque, entrada e saída de mercadoria, fichas técnicas, padronização e entregas de eventos enormes com mais de mil pessoas. No ano de 2011 tive a primeira experiência como empreendedor. Abri uma rotisserie com minha família, trabalhamos um ano com a La Fabbrica Gastronomia (fábrica de massas, salgados e assados em geral). Logo então migrei desta empresa para a VipX Gourmet, uma empresa de marmita fitness e na época uma das pioneiras do mercado. Entregavam mais de mil marmitas por dia. Por mais que a empresa estava indo muito bem, e muito bem colocada no mercado, eu ainda não sentia por completo. Eu queria buscar mais experiências com a alta gastronomia, com aquilo que eu havia estudado tanto. Então decidi sair da VipX Gourmet e me recolocar no mercado de restaurantes.
Lembro como ontem, no mesmo dia que eu fechei as portas e entreguei as chaves para meu ex-sócio, no caminho de casa o Hotel Unique entra em contato por telefone me oferecendo uma vaga. Foi uma sensação inexplicável, filmes passavam na minha cabeça lembrando minha mãe me apresentando o grande chef Emmanuel Bassoleil, lembrando também que no caminho de um dos restaurantes eu passava em frente ao Hotel Unique de ônibus todos os dias. E todos os dias eu repetia a mesma frase, um dia eu vou trabalhar aqui! E não é que deu certo? Fiz parte do time do Unique por 5 anos, uma das maiores e melhores experiências da minha vida. Chef do Skye e responsável por toda criação de cardápio e toda equipe de cozinha. Na minha época com quase 60 cozinheiros. Sou muito grato por tudo o que o Hotel Unique me proporcionou: convite para reality shows, eventos gastronômicos, cozinhar para evento da estrela Michelin, entre diversas experiências únicas. O Hotel Unique me colocou de fato em contato com a alta gastronomia, algo que sempre sonhei.
Foi uma sensação inexplicável, filmes passavam na minha cabeça lembrando minha mãe me apresentando o grande chef Emmanuel Bassoleil.
Em 2019 participei do Mestre do Sabor da Globo. Ali dei uma virada de chave e senti que precisava de mais. Saí do hotel e hoje assumo um grupo de eventos e gastronomia, Trio Eventos, com mais de 6 espaços. Sou consultor de restaurante com uma carteira de mais de 10 clientes, como: Outback, Abbraccio, Allma, La Nonna di Lucca, entre outros.
Em meio à pandemia me arrisquei a empreender novamente, abri a Dio Defumados, uma empresa de carnes assadas e defumadas prontas para consumo. Em um momento de se reinventar, iniciei assando as carnes em casa e em menos de 6 meses já construí um espaço de cozinha industrial e uma filial em Rio Preto. A Dio Defumados só tende a crescer e nasceu em um momento conturbado, mas que o mercado estava precisando. Hoje já encontra-se em alguns mercados e butiques de carnes, venda de plataformas digitais, entre outros".